domingo, 22 de fevereiro de 2015

UMA MULHER VESTIDA DE LUA - PARTE II (FINAL)



Leia a primeira parte aqui: Uma Mulher Vestida de Lua

Ao ouvir o barulho da queda de Pandora, Ulisses freou o jipe violentamente e correu disparado em direção à noiva. Seu grito de horror e desespero ecoou por todo o redor. Ajoelhou-se ao lado dela e pegou-a no colo, o sangue já se espalhando por todo o vestido branco. Acomodou-a no jipe e partiu em uma velocidade alucinante, rumo ao posto médico de Alvorecer. Enquanto dirigia, seu coração agitado e ensandecido, parecia prestes a explodir. Forçava a respiração, a ideia de perder Pandora pra sempre, o deixava literalmente sem ar.

Pandora foi atendida às pressas. Do posto médico, Ulisses ligou para Ângelo contando o acontecido. Lívido e angustiado, Ângelo teria que comunicar os pais e os tios. E assim foi. O pânico foi geral. O estado de Pandora era grave. Com traumatismo craniano, teve que ser transferida para um hospital da capital. 

O casamento foi adiado. Os moradores de Alvorecer, praticamente todos, que conheciam Pandora desde menina, ficaram consternados e se mobilizaram em correntes de orações, para que a jovem se recuperasse o mais depressa possível. Mas, na manhã do domingo em que seria realizado o casamento mais esperado da cidade, Pandora teve morte encefálica.

A comoção foi total em Alvorecer. Os preparativos para o enterro de Pandora foram todos providenciados por Ângelo e seus pais, pois Francisca e Zé Raimundo, pais de Pandora, não tinham forças pra nada, e Tereza, fazia o impossível para que seu filho, Ulisses, agora uma figura derrotada pela dor e pela culpa, não perdesse a sanidade e cometesse uma loucura.

A cerimônia de adeus à Pandora, foi a mais bonita e triste que Alvorecer já havia visto. Quando todos se foram, Ângelo que manteve-se forte todo o tempo, permaneceu sozinho, e diante do túmulo da prima ajoelhou-se e chorou copiosamente. Deixou jorrar toda a emoção represada. Saiu do estado de inércia provocado pelo choque inicial e em mais uma conversa íntima e particular com sua amada prima, entre soluços, desabafou: "Por que você se foi? Por que me abandonou? O que vai ser de mim? Eu acho que sem você eu não sei existir. Como é que a gente vive sem um pedaço do nosso coração? Você não podia ter ido assim!"

Permaneceu sentado ao chão, recostado ao túmulo, completamente descomposto, por um tempo que pareceram horas, até as lágrimas secarem sozinhas, exausto, até sentir algo que parecia um leve sussurro em seu ouvido. Atento, levantou-se e se recompôs, desejando sentir novamente aquele sopro suave, que não se repetiu, mas o deixou com uma estranha esperança. 

Poucos dias depois da morte de Pandora, Ângelo foi ao monte verdejante que costumava ir quando era criança com ela e Ulisses. Ali eles brincavam e passavam inúmeros momentos deitados, olhando pro céu e contando as estrelas ou adivinhando o desenho das nuvens. Foi ali também, que Pandora lhe confidenciou, que havia tido sua primeira noite de amor com Ulisses. E naquele momento, em que ele ia lá pra matar a saudade e sentir-se mais próximo da prima, encontrou Ulisses, aos prantos. Ainda não tinham se falado desde o terrível ocorrido. Cada um vivendo sua dor separadamente, à sua maneira. Sofrendo pela perda da mulher que mais amavam.

Ângelo achou que seria o momento propício para unirem suas dores e se consolarem. Precisavam um do outro naquele momento. Afinal, também se amavam. De formas diferentes, mas se amavam. E podiam encontrar forças um no outro pra continuarem, pois sozinhos, talvez, não suportassem a falta de Pandora. 

Então Ângelo o abraçou, recostando o rosto dele em seu peito, deixando que suas lágrimas fartas, encharcassem sua blusa. E não disseram palavras. Apenas se consolaram em silêncio. E ambos entendiam perfeitamente a imensidão de seus sofrimentos.

Ângelo sentiu que precisava ficar em Alvorecer por tempo indeterminado. Trancou o curso de medicina veterinária na capital e permaneceu em sua terra natal. Uma noite, cheia de angústia, em que sonhou com Pandora sem parar, despertou na madrugada, quase sufocado. Era noite de lua cheia. Ao abrir os olhos, uma visão. Pandora, na janela, observando a bola branca e imensa no céu, como numa prece silenciosa de agradecimento. Ângelo não se assustou, achou que ainda sonhava e chamou pela prima: "Pandora!"

Pandora o encarou delicadamente, com um sorriso doce nos lábios. "Meu querido, você consegue me ver! Eu tive medo, que não conseguisse." "Sim. Eu vejo você Pandora! Você voltou?". "Infelizmente não, meu querido. Agora eu sou um espírito. Um fantasminha camarada. E só você pode me ver.". "Só eu? Mas por que? E o Ulisses?". "Você será a ponte entre mim e Ulisses." "A ponte? Como assim? Eu não entendo."

Pandora saiu da janela e sentou-se à beira da cama, próxima a Ângelo, que tentou tocá-la, mas traspassou-a, ela era imaterial. "Só espírito. Lembra?" "Queria tanto te dar um abraço!" Exclamou Ângelo, visivelmente decepcionado. "Você vai me sentir mais intensamente do que num simples abraço. Basta que aceite meu pedido." "Pedido? Qual?". 

Pandora pôs-se a explicar: "Você mais do que ninguém é testemunha do amor imenso entre mim e Ulisses. E agora posso afirmar, um amor maior que a vida. Ele está sofrendo, Ângelo. Sente minha falta. E eu também. O sofrimento dele não me deixa em paz. E eu sinto saudade. Esse amor ainda é muito profundo e carnal, não me deixa partir em definitivo. E eu sei que você também o ama, tão profundamente quanto eu, talvez, até mais." "Pandora, não...". Ângelo tentou interromper, mas Pandora continuou: "...Ângelo, não precisa negar. Eu sei. Eu sempre soube. Desde aquela tarde no rio, lembra? Você nunca deixou de amá-lo. E talvez eu tenha sido cruel em fazê-lo presenciar o nosso amor esses anos todos. Mas eu realmente acreditei que um dia você encontraria alguém que o fizesse superar Ulisses. Hoje, eu sei que não. Ulisses sempre será seu único e grande amor, mesmo que você conheça outro. Mas Ulisses nunca sentiu atração por rapazes nem nunca sentirá. Ainda assim, eu posso fazer com que você concretize o seu maior desejo." "Do que você está falando, Pandora?" Questionou Ângelo.

Pandora prosseguiu: "De uma troca. Você me empresta o seu corpo e nós dois compartilharemos da paixão que Ulisses sente por mim. Eu preciso senti-lo de novo, Ângelo, tocá-lo, fazer amor com ele. Mas sozinha eu não consigo. Olha pra mim, eu atravesso paredes. Preciso de você, de um corpo físico, do seu corpo."

Notando a expressão de terror e incredulidade do primo, Pandora tentou amenizar a situação e finalizar sua "visita". "Não tenha medo Ângelo. Você é especial. Nós somos especiais. Eu sussurrei no seu ouvido, lá no cemitério, que voltaria, e tô aqui. Agora, eu te peço que não me abandone. Pra que tudo aconteça, você só precisa subir a colina verdejante em noite de lua cheia, como essa de hoje, e me esperar. Olhe fixamente pra lua e eu estarei em você em poucos instantes, o meu espírito e a minha imagem. Seremos os dois, ao mesmo tempo, um só corpo." Dizendo isso, partiu, desaparecendo no ar como fumaça.

Ângelo despertou com os primeiros raios de sol. Os sonhos que tivera com Pandora, de tão reais, haviam lhe acalmado um pouco a alma. Sentia-se mais calmo e sereno. Após o café da manhã, foi ao encontro de Ulisses para contar-lhe que tinha sonhado com a prima. Disse-lhe que ela aparecera linda e radiante em seu vestido de noiva, seus cabelos negros brilhavam à luz do luar e ela estava bem, pedindo que ele lhe acalmasse o coração e não sofresse tanto com sua ausência, pois ela sempre estaria por perto. Ângelo omitiu toda a história verdadeira, o real motivo do sonho, que mais parecia uma visão. Ulisses gostou de ouvir o sonho de Ângelo, mas não se conformava que ela não aparecesse pra ele em sonho. Achava injusto não conseguir conversar com sua amada nem em sonho. Vendo a tristeza de Ulisses, Ângelo quis fazer algo. Desejou que o sonho da noite passada fosse real, não apenas uma alucinação. Queria que fosse verdade tudo o que Pandora lhe disse. Precisava arrancar daquele homem, o homem que amava, um pouco, de tanta infelicidade.

Na noite de lua cheia que sucedeu a aparição de Pandora para Ângelo, o primo apaixonado pelo noivo da prima, subiu a colina verdejante. Ele ajoelhou-se bem ao cume e mirou a lua com sofreguidão, como se suplicasse para que Pandora o possuísse. Não demorou e a magia se fez. Em poucos minutos, Pandora tomara o corpo de Ângelo para si e materializara-se em uma mulher de carne e osso. Vestida de noiva, partiu em busca de Ulisses, seu amado.

Ulisses mal podia acreditar em seus olhos. Era sua mulher, seu amor, igual como a tinha visto pela última vez, só que ainda mais linda. Não fez perguntas, apenas sorriu ao vê-la, o sorriso mais bonito que Pandora já vira. E abraçou-a fortemente. Tocou seus cabelos fartos e ondulados, seu rosto alvo, aspirou seu perfume profundamente e beijou seus lábios com toda a força de uma paixão cheia de saudade. Fizeram amor como se fosse a primeira e a última vez. E quando acordou na manhã seguinte, Ulisses não a encontrou. Mas havia um bilhete no travesseiro: "Me espere nas noites de lua cheia."

Ângelo sentia-se pleno e realizado, fora a noite mais linda de sua vida. Quando encontrou Ulisses naquela manhã, notou que o domador não parecia tão infeliz. Tinha voltado a trabalhar e seu semblante estava cheio de esperança. Perguntou a ele se estava tudo bem. Ulisses não se conteve e contou a Ângelo que Pandora havia aparecido pra ele na noite passada: "Você acredita ou acha que eu tô ficando maluco?". Ângelo lançou a Ulisses seu olhar mais puro, um sorriso terno e disse com todo o amor do mundo: "Acredito!"

E por incontáveis noites de lua cheia, Ulisses, Ângelo e Pandora viveram seu amor. 

domingo, 15 de fevereiro de 2015

UMA MULHER VESTIDA DE LUA


Tomavam banho de rio, os três, sempre inseparáveis. Ulisses, sempre ousado, mais ao fundo, enquanto Pandora e Ângelo, perto da margem, observavam e admiravam os mergulhos e as braçadas do menino bonito e corajoso, com ar selvagem, ao longe. 

Naquela tarde escaldante, enquanto observava Ulisses com ar de veneração, Ângelo disse à Pandora, com a inocência peculiar à uma criança de 6 anos, que amava Ulisses. No que Pandora rebateu: "Claro que ama, ele é nosso melhor amigo!" "Mas eu quero me casar com ele quando a gente crescer." Pandora, também do alto de seus 6 anos, olhou para Ângelo com uma cara de estranhamento e explicou: "Mas menino não casa com menino, seu bobo!" "É, eu sei, mas se ele também quiser casar comigo não tem problema, a gente pode ser os primeiros meninos a se casarem." Pandora deu uma risada e disse: "Acho que você tá falando a maior bobagem!" "Por que?", quis saber Ângelo. "Porque ele já falou que quer se casar comigo." "E você aceitou?" "Ainda tô pensando, mas se ele quer casar comigo, você vai ter que procurar outra pessoa pra casar. De preferência uma menina, né, pra ficar igual aos nossos pais, menino com menina." Depois da última frase de Pandora, Ângelo calou-se com o semblante entristecido. Com seu jeito doce, a prima havia sido categórica, meninos com meninos não se casam, só meninos com meninas. Mas ela não havia dito nada sobre meninos com meninos não se apaixonarem.


Ângelo e Pandora eram primos da mesma idade, suas mães engravidaram no mesmo período. Pandora nascera poucos meses antes. As irmãs Francisca e Martina, de origem humilde, sempre tiveram uma vida simples, se sustentando como costureiras. Até que um belo dia um jovem que acabara de perder o pai, um rico fazendeiro, dono de terras e cabeças de gado, conheceu e se encantou  por Martina. Os dois se casaram e mudaram-se para uma das maiores fazendas nos arredores da região de Alvorecer. Martina levou a irmã consigo, que logo conheceu um peão e também se casou. Ficaram os quatro morando juntos no imenso casarão da fazenda. Zé Raimundo, marido de Francisca, como administrador e homem de confiança da fazenda de seu co-cunhado Sebastião e as irmãs abriram uma pequena confecção de roupas num dos muitos galpões vazios da sede, que não demorou muito à crescer e se tornar um negócio rentável. Logo vieram os filhos, Pandora e Ângelo, pra aumentar a harmonia e a felicidade da família. 


Ulisses era filho de Tereza, cozinheira da família de Pandora e Ângelo. Viúva, perdeu o marido antes de saber que estava grávida. Desolada, recebeu todo o apoio, carinho e cuidado dos patrões. Ulisses nasceu pouco mais de um ano antes de Pandora e Ângelo. Naturalmente os três cresceram grudados. Tomando banho de rio, andando à cavalo, ordenhando e bebendo leite saído direto da vaca, livres, em contato com a natureza. Subindo em árvores, comendo as frutas do pé, correndo pelos milharais, escalando pequenas elevações que formavam lindos montes esverdeados, que enfeitavam os arredores de Alvorecer e onde se conseguia ver o céu mais de perto.


Em Alvorecer o tempo passava manso, devagar, num ritmo cheio de poesia, histórias e causos, muitas vezes difíceis de acreditar, alguns deles davam conta que coisas sobrenaturais aconteciam no lugarejo, cercado por fazendas, chácaras e sítios. A paisagem de Alvorecer era quase que completamente rural, mas seu núcleo era composto por um centro comercial, onde funcionavam lojas, armazéns, bares, clubes de lazer, restaurantes, farmácias e uma agência bancária. 


E neste lugar bucólico, Ângelo, Pandora e Ulisses cresceram unidos e felizes. Descobrindo juntos os sentimentos e os desejos. Aos 12 anos, Pandora trocou o primeiro beijo com Ulisses, e este selou o amor que os marcaria pra sempre. Iniciaram um namoro de criança, puro e inocente. Tudo sob as vistas de Ângelo, seguidor da prima de personalidade forte e encantadora, e resignadamente apaixonado por Ulisses, o belo e forte aprendiz de domador de cavalos. 


Aos doze anos, Ângelo já tinha a mais pura clareza da impossibilidade de seu amor por Ulisses ser correspondido e concretizado. O garoto o amava como um irmão, e era um amor poderoso e verdadeiro. Ulisses reconhecia a fragilidade e as delicadezas de Ângelo e o protegia de tudo. Pandora também, apesar da diferença de idade de apenas alguns meses, tratava o primo como um filho e a ligação entre ambos era muito forte. A verdade, é que Pandora sabia, que não só ela, mas Ângelo também amava Ulisses profundamente. Nunca havia se esquecido da conversa que tiveram aquele dia às margens do rio, embora jamais houvessem tocado no assunto novamente. E saber do amor impossível do primo e de como esse sentimento o tornara retraído e melancólico, a fazia sentir uma pena imensa dele, despertando em si um inescapável instinto maternal. Ângelo era mais que seu primo, era seu irmão, seu filho, um pedaço seu que doía se algo de ruim acontecesse a ele. E ela tinha certeza que um dia, um novo amor surgiria na vida dele e toda sua tristeza passaria. Todos seriam muito felizes juntos, ela e Ulisses e Ângelo com seu possível e correspondido amor.


Quando completou 16 anos, Ângelo partiu para estudar medicina veterinária, numa renomada universidade longe de Alvorecer. Pretendia voltar após formado para cuidar dos inúmeros animais das fazendas de seu pai. Quanto a Ulisses e Pandora, haviam se tornado o casal mais amado da cidade, todos os admiravam e tinham um imenso carinho pela forma como eles se amavam, eram um retrato da perfeição. Jovens, bonitos, idealistas, de temperamento forte. Os dois só se desentendiam quando Pandora falava sobre seu desejo de ir embora de Alvorecer. Ulisses era filho da terra, convicto de suas origens e desejo de permanecer nela até envelhecer. Tinha se tornado um exímio domador de cavalos, um dos melhores da região e já estava sendo preparado pelo sogro Zé Raimundo, para ficar em seu lugar, administrando as terras de Sebastião, que seriam de Ângelo, tão logo ele e o co-cunhado já não estivessem mais entre eles. Porém, os planos de Pandora eram outros. Ela se envolveu nos negócios da tia e da mãe na confecção de roupas e descobriu-se uma talentosa e promissora estilista, encantou-se pelo mundo da moda e resolveu expandir os negócios mais ainda. Queria fazer um curso de alta-costura em Paris, mas a simples menção deste desejo, era o suficiente para que os pombinhos apaixonados entrassem em um campo de batalha. Ulisses não admitia ficar quatro anos longe de Pandora e muito menos morar na capital quando ela voltasse pronta para abrir uma rede de lojas de moda country. Pandora sofria e chorava muito com a resistência de Ulisses à suas ideias, pois não suportava brigar com o homem de sua vida e queria fazer entendê-lo que nada abalaria o amor dos dois. 


Foi para deixá-lo mais seguro, que aos 18 anos, Pandora aceitou casar-se com Ulisses. O casamento foi anunciado com festa na cidade, todos comemoraram alegremente a notícia. Faltando uma semana para o casório, Ângelo chegou à Alvorecer, seria padrinho da prima. Sozinhos no quarto, Pandora colocou o vestido de noiva desenhado por ela, para que o primo a visse linda e esfuziante toda de branco. Foi nesse momento íntimo entre os dois, que Pandora contou a Ângelo suas intenções após o casamento. Ela achava que casando-se seria mais fácil convencer Ulisses a ir com ela para Paris. A porta do quarto que estava entre-aberta, foi bruscamente empurrada por Ulisses, que furioso, confirmava aos gritos para Pandora que não iria com ela para Paris nunca e que não conseguia acreditar que ela tinha aceitado se casar só para manipulá-lo. Os dois discutiam aos berros, enquanto Pandora tentava explicar e acalmar o noivo, diante de um Ângelo incrédulo. Finalizando a discussão, Ulisses bradou que não haveria mais casamento e saiu batendo a porta, deixando Pandora em desespero. Vendo Ulisses sair transtornado, Pandora foi atrás dele. Pela janela do quarto, no andar de cima do casarão, Ângelo observou Ulisses entrar em seu jipe como um foguete. Em seguida, viu a prima montar em Diamante, seu cavalo branco, e sair disparada em direção ao jipe.   


Todos ficaram nervosos e apreensivos dentro da casa. Às vésperas do casamento mais esperado pela sociedade alvorecensse, uma briga que poderia acabar com tudo. Ângelo pensou em ir atrás dos dois, mas foi demovido da ideia pelos familiares. 

Pandora cavalgava num ritmo assustador, no intuito de alcançar Ulisses. Diamante era perigosamente veloz. De repente, um estrondo. O relincho assustado de Diamante. Pandora no chão. Sangue.   



Esta é a primeira parte de duas, em breve postarei a continuação final.